terça-feira, 22 de novembro de 2011

Almeida Antunes - Record



"Sonho com a subida"


Na direção do Atlético há mais de 30 anos, o presidente vive com entusiasmo esta participação na Liga Orangina. E não deixa de saborear o momento com os olhos postos no futuro.
RECORD – Considera uma surpresa a carreira que o Atlético está a fazer na Liga Orangina?
ALMEIDA ANTUNES – Surpresa, surpresa, não é, esperamos sempre mais. Agora, que estamos a fazer uma carreira interessante, ninguém tenha dúvidas. A equipa técnica e os jogadores estão a fazer um trabalho extraordinário no dia-a-dia, o que nos permite esperar sempre bons resultados.
R – O trabalho de João de Deus tem sido meritório. Está surpreendido?
AA – O João de Deus tem sido uma surpresa, sobretudo para nós, até porque não o conhecíamos bem. Sabíamos o seu percurso mas o trabalho que tem realizado no Atlético permite-me dizer que foi uma escolha espetacular. E pelas suas capacidades tem potencial para altos voos.
R - Como é que o recém-chegado Atlético é encarado pelos adversários? Um "outsider" ou um oponente à altura?
AA - Decorridas nove jornadas, sentimos que estamos à altra de todos, que os podemos defrontar e esperar bons resultados. Não há grandes clivagens neste escalão e todo o cuidado é necessário, pois três ou quatro jornadas menos positivas alteram as contas por completo. O mais difícil está feito no grupo de trabalho, que foi cimentar a equipa e convencer os jogadores que em nada são inferiores. Mérito do treinador, que conseguiu incutir nos jogadores essa confiança. Temos um plantel muito bom, com um lote de jogadores disposto a mostrar o que vale.
R - Está preparado, no mercado de janeiro, para as consequências desse sucesso?
AA - Estamos preparados para tudo. Nessa altura, esperamos que do Benfica venha a "truta" que o presidente Luís Filipe Vieira prometeu.
R - E essa "truta" tem nome?
AA - Claro. Mas está em segredo. É um avançado e vamos esperar que tudo corra bem. Quanto ao resto do plantel, temos algumas carências que poderemos resolver na janela de transferências.
R - O que espera do Atlético até ao final da época?
AA - Eu sonho com a subida. Estes próximos dois confrontos em casa, aguardo-os com expectativa. Se os resultados aparecerem... os outros é que tÊm de estar preocupados. São muito importantes...
R - Em que pé está o protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa?
AA - Estamos satisfeitos com a câmara mas achamos que podia e devia ir mais longe. Estamos em terrenos municipais desde 1944. Não queremos muita coisa mas temos o parque desportivo deteriorado e não tivemos capacidade para ir fazendo a manutenção. Agora, num orçamento total de 220/230 mil euros, temos disponíveis 115 mil. Temos trabalhado para garantir o restante o mais rápido possível.
R - Este vaivém entre a Tapadinha e a Reboleira tem reflexos no clube?
AA - Os regulamentos da Liga são muito exigentes. Quer dizer, não vai haver na Tapadinha um Benfica-FCPorto ou um SP.Braga-V.Guimarães. Devia haver uma separação entre Liga Zon Sagres e Liga Orangina, com regras diferenciadas. Teria de haver uma fase de transição mais suave. Estamos num momento difícil. O que pagamos para ter o Estádio José Gomes em condições, comparado com o que temos aqui, deixa muito a desejar. São 5 mil euros por mês, se não houver jogos à noite. Valor esse que não é coberto pela bilheteira. Esta é a nossa casa e toda a Alcântara está desejosa de assistir a partidas aqui no nosso estádio.
R - E avança com algum prazo para que tal possa ser possível?
AA - Temos feito algumas obras, o processo vai avançando. Gostaríamos de fazer um trabalho já para preparar o estádio para 10 anos, mas sem verbas vamos fazer um trabalho "de fugir à polícia". Mas acredito que entre finais de janeiro e fevereiro já poderemos voltar a casa.
R - E o caso Rudy, há novos desenvolvimentos?
AA - Ainda esperamos uma resposta. Acho incrível o sucedido e Atlético foi muito prejudicado. Até porque o Rudy fará 23 anos no próximo ano, portanto, deixará de haver direito a uma compensação. è uma total inversão dos princípios que a própria FIFA defende. 
Por  Francisco Laranjeira

Sem comentários:

Enviar um comentário