quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Jogo Treino

Amanhã o Atlético irá realizar um jogo treino, pelas 10h, frente ao Sintrense, em Sintra.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Todos à Reboleira

Aconteça o que acontecer no jogo de hoje continuaremos isolados na liderança, vamos todos estar presentes na bancada do Estádio José Gomes, para mostrar o apoio à nossa equipa que jogo após jogo mostra a sua RAÇA, DETERMINAÇÃO, LUTA e UNIÃO!!!

Juntos somos mais fortes!!!


O Técnico João de Deus para esta partida, convocou os seguintes jogadores: Ailton, Botelho,  Bruno Carvalho, Caleb, Filipe Ferreira, Gonçalo, Hélio Vaz, Hugo Lopez, João Meira, Laurindo, Leandro Pimenta, Luís Dias, Mário Mateus, Saramago, Silva, Stephane, Tiago Caeiro, Vitor Bastos, Zézinho.
Não foram convocados por opção, os seguintes jogadores: Bernardo, Coelho,  Hernani, Marcelo, e Rolão.
Lesionado: Tony Taylor
O Árbitro da Partida será o Sr. Marco Ferreira  da C.D. da Madeira
Árbitros Assistentes: Sres. Nelson Moniz e Cristóvão Moniz da C.D. POnta Delgada
4º Árbitro:
Delegados: Sres. Jorge Franco e Fernando Arrojado
Observador Sr. Humberto Viegas

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Almeida Antunes - Record



"Sonho com a subida"


Na direção do Atlético há mais de 30 anos, o presidente vive com entusiasmo esta participação na Liga Orangina. E não deixa de saborear o momento com os olhos postos no futuro.
RECORD – Considera uma surpresa a carreira que o Atlético está a fazer na Liga Orangina?
ALMEIDA ANTUNES – Surpresa, surpresa, não é, esperamos sempre mais. Agora, que estamos a fazer uma carreira interessante, ninguém tenha dúvidas. A equipa técnica e os jogadores estão a fazer um trabalho extraordinário no dia-a-dia, o que nos permite esperar sempre bons resultados.
R – O trabalho de João de Deus tem sido meritório. Está surpreendido?
AA – O João de Deus tem sido uma surpresa, sobretudo para nós, até porque não o conhecíamos bem. Sabíamos o seu percurso mas o trabalho que tem realizado no Atlético permite-me dizer que foi uma escolha espetacular. E pelas suas capacidades tem potencial para altos voos.
R - Como é que o recém-chegado Atlético é encarado pelos adversários? Um "outsider" ou um oponente à altura?
AA - Decorridas nove jornadas, sentimos que estamos à altra de todos, que os podemos defrontar e esperar bons resultados. Não há grandes clivagens neste escalão e todo o cuidado é necessário, pois três ou quatro jornadas menos positivas alteram as contas por completo. O mais difícil está feito no grupo de trabalho, que foi cimentar a equipa e convencer os jogadores que em nada são inferiores. Mérito do treinador, que conseguiu incutir nos jogadores essa confiança. Temos um plantel muito bom, com um lote de jogadores disposto a mostrar o que vale.
R - Está preparado, no mercado de janeiro, para as consequências desse sucesso?
AA - Estamos preparados para tudo. Nessa altura, esperamos que do Benfica venha a "truta" que o presidente Luís Filipe Vieira prometeu.
R - E essa "truta" tem nome?
AA - Claro. Mas está em segredo. É um avançado e vamos esperar que tudo corra bem. Quanto ao resto do plantel, temos algumas carências que poderemos resolver na janela de transferências.
R - O que espera do Atlético até ao final da época?
AA - Eu sonho com a subida. Estes próximos dois confrontos em casa, aguardo-os com expectativa. Se os resultados aparecerem... os outros é que tÊm de estar preocupados. São muito importantes...
R - Em que pé está o protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa?
AA - Estamos satisfeitos com a câmara mas achamos que podia e devia ir mais longe. Estamos em terrenos municipais desde 1944. Não queremos muita coisa mas temos o parque desportivo deteriorado e não tivemos capacidade para ir fazendo a manutenção. Agora, num orçamento total de 220/230 mil euros, temos disponíveis 115 mil. Temos trabalhado para garantir o restante o mais rápido possível.
R - Este vaivém entre a Tapadinha e a Reboleira tem reflexos no clube?
AA - Os regulamentos da Liga são muito exigentes. Quer dizer, não vai haver na Tapadinha um Benfica-FCPorto ou um SP.Braga-V.Guimarães. Devia haver uma separação entre Liga Zon Sagres e Liga Orangina, com regras diferenciadas. Teria de haver uma fase de transição mais suave. Estamos num momento difícil. O que pagamos para ter o Estádio José Gomes em condições, comparado com o que temos aqui, deixa muito a desejar. São 5 mil euros por mês, se não houver jogos à noite. Valor esse que não é coberto pela bilheteira. Esta é a nossa casa e toda a Alcântara está desejosa de assistir a partidas aqui no nosso estádio.
R - E avança com algum prazo para que tal possa ser possível?
AA - Temos feito algumas obras, o processo vai avançando. Gostaríamos de fazer um trabalho já para preparar o estádio para 10 anos, mas sem verbas vamos fazer um trabalho "de fugir à polícia". Mas acredito que entre finais de janeiro e fevereiro já poderemos voltar a casa.
R - E o caso Rudy, há novos desenvolvimentos?
AA - Ainda esperamos uma resposta. Acho incrível o sucedido e Atlético foi muito prejudicado. Até porque o Rudy fará 23 anos no próximo ano, portanto, deixará de haver direito a uma compensação. è uma total inversão dos princípios que a própria FIFA defende. 
Por  Francisco Laranjeira

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Preço dos bilhetes



Esta quinta-feira, 24 de Novembro pelas 20h15, irá realizar-se o encontro Atlético vs Moreirense, como já foi dito, terá transmissão televisiva pela sport tv, mas mais uma vez apela-se a que os sócios e adeptos vão ao estádio, sendo que o preço dos bilhetes será:
- sócios 0,00€
- central 8,00€
- superior 5,00€
- sócios do E.Amadora 2,50€

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Reportagem no Mais Futebol

Atlético: sucesso com os «restos» dos outros


Líder da Honra tem nove jogadores emprestados por cinco clubes diferentes

Por Ricardo Gouveia

O Atlético Clube de Portugal esteve afastado da ribalta nos últimos trinta anos, desde que entrou em declínio nos anos setenta, arredado dos sucessos das décadas de quarenta e cinquenta, quando chegou a duas finais da Taça de Portugal e conseguiu dois terceiros lugares no campeonato. Voltou a sorrir em 2006/07, quando eliminou o F.C. Porto da Taça de Portugal em pleno Estádio do Dragão e, agora, em Maio quando assegurou o regresso ao futebol profissional. Na presente temporada, está a surpreender tudo e todos, com um treinador jovem e um plantel remodelado com nove jogadores emprestados por cinco clubes diferentes.

A amargura de um histórico longe de casa

«O Benfica tem-nos ajudado, não só com os três jogadores que vieram para aqui, mas tem-nos ajudado de outras formas. Mas o Atlético dá-se bem com toda a gente, também temos um jogador do Sporting, três do V. Guimarães, um do V. Setúbal e outro do Estoril, todos em condições que nos agradam. São jogadores que não cabiam nos respectivos clubes e que aqui têm lugar. É a forma como João de Deus trabalha, consegue-os encaixar aqui. Hoje estou muito mais esperançado do que aqui há um mês», conta o presidente Almeida Antunes.

Do Benfica chegaram os avançados José Coelho e Hélio Vaz e o médio Leandro Pimenta. Do Sporting veio Zezinho, a grande figura da equipa, preso aos leões com uma cláusula de 25 milhões de euros. O V. Guimarães também deu um forte contributo com a cedência de três jogadores. Gonçalo Silva, Marcelo e Vítor Bastos que agora lidera a defesa. A estes juntam-se ainda Silva (V. Setúbal) e o norte-americano Tony Taylor (Estoril).

«Faz-nos falta o cheiro da Tapadinha»

«É um trabalho de muita gente, há muitos rostos invisíveis com cota parte na construção desta equipa», conta João de Deus. Um plantel com apenas cinco estrangeiros, entre os quais se destaca o guarda-redes australiano Caleb, com apenas três golos consentidos nas primeiras nove jornadas. «Já conhecia este guarda-redes há algum tempo, depois o Carlos Pereira, treinador de guarda-redes, deu o aval técnico para ele ficar. Ele já tinha estado em Portugal a prestar provas noutro clube, mas conhecia-o pelos jogos que fez na sua equipa nos Estados Unidos», conta ainda o treinador.

Deus na Tapadinha com a bênção de Jesus

Um plantel irreverente que vai somando pontos ronda após ronda, mesmo sem poder jogar no seu estádio. «Nesta altura, já com um terço do campeonato decorrido, já é uma situação a que nos habituámos. A Reboleira é o nosso talismã porque é onde podemos jogar, só por isso. De qualquer forma, queremos voltar a jogar na nossa casa. Vamos ver se é possível», conta João de Deus.

Para já a casa do Atlético é a Reboleira e é na Amadora que a equipa de Alcântara vai jogar três dos próximos quatro jogos. A expectativa pode crescer ainda mais com o final da primeira volta. «A nossa expectativa é jogar para tentar ganhar. Vamos entrar com o mesmo espírito, com a mesma vontade e determinação para conseguir pontos. Depois, se a sorte nos continuar a acompanhar, estaremos mais próximos de vencer. Não sei se é possível, mas vamos tentar», comenta o treinador.

Um «globetrotter» na Tapadinha com uma «marca fantástica

O presidente Almeida Antunes lamenta não poder jogar na tapadinha, mas por outro lado não esquece que a equipa tem sido feliz na Reboleira. «Sim, tem dado sorte, mas a cada dia que passa, vou-me apercebendo que isto não é fortuito. A base deste sucesso é a relação especial que temos aqui, a união entre todos e o trabalho», referiu

O sucesso do Atlético da Tapadinha, surpreendente líder da Liga de Honra, está associado à chegada de Caleb Patterson-Sewell, guarda-redes norte-americano, que, nas primeiras nove jornadas, consentiu apenas três golos. O clube de Alcântara tem a melhor defesa das ligas profissionais e uma das melhores da Europa. O Maisfutebol foi à procura das motivações deste guarda-redes que jogou na Austrália, Bélgica, Inglaterra e Estados Unidos antes de aterrar em Alcântara. Um verdadeiro «globetrotter» à procura da sorte na Tapadinha.

A amargura de um histórico longe de casa

«Nasci nos Estados Unidos, mas cresci na Austrália, foi lá que comecei a jogar. O meu pai é americano, mas a minha mãe é australiana. Tive uma curta passagem pela Bélgica, quando tinha catorze anos, mas foi por muito pouco tempo, nem conto com isso. Fui para lá porque o meu antigo empresário tinha jogado no Anderlecht», começa por contar o guarda-redes, agora com 24 anos, do alto do seu 1.91m.

De Bruxelas, Caleb rumou a Inglaterra, ainda como dezassete anos. Passou pelas reservas do Sheffield Wednesday e pelos juniores do Liverpool, mas de repente viu as portas da Velha Albion fecharem-se por falta de uma licença de trabalho. Na posse de um passaporte norte-americano, optou por regressar às origens. No «soccer» americano representou sucessivamente o Cleveland City Stars, New York Red Bulls, Carolina RailHawks e o Miami FC.

«Faz-nos falta o cheiro da Tapadinha»

Mas não era a mesma coisa. Caleb ansiava por voltar ao Velho Continente e sonhava jogar ao mais alto nível. «Quis sempre voltar para a Europa. Falei com amigos, passei a ter uma ligação com o empresário Filipe Dias e surgiu uma primeira oportunidade para vir para Portugal em Novembro do ano passado. Não resultou, mas não desisti. Também tentei alguns clubes da Liga, mas aconselharam-me a vir para o Atlético, disseram-me que era o melhor clube para mim», recordou.

Na Tapadinha, apesar das modestas condições que o clube lhe oferece, Caleb voltou a encontrar a felicidade e a oportunidade de jogar de forma regular numa liga competitiva. «Estou muito feliz aqui, muito contente com a opção que tomei. Quando cheguei queria apenas um clube onde pudesse jogar. Encontrei aqui pessoas muito simpáticas e honestas. Encontrei um treinador brilhante que fala inglês, o que me ajudou muito, porque não domino o português. Olhando para todos os detalhes, esta época não podia estar a correr melhor», destacou.

«Deixamos os adversários frustrados»

No Atlético tornou-se rapidamente numa das figuras do clube, destacando-se não só à frente da baliza, mas também no balneário onde mantém uma relação especial com todos os companheiros. Nas primeiras noves jornadas, consentiu apenas três golos. «É uma marca fantástica, temos orgulho nisso, mas também temos consciência de que só fizemos nove jogos. Para manter este nível temos de trabalhar duro e é isso que temos feito. Em termos defensivos, trabalhamos bem, somos uma equipa difícil de derrubar. Temos um estilo de jogo que não permite muitas oportunidades, deixamos os adversários frustrados. Temos de continuar concentrados, trabalhar no dia-a-dia e confiar no trabalho do treinador que tem feito um excelente trabalho», contou.

A verdade é que Caleb espera que o sucesso na Tapadinha lhe abra outras portas. «A minha ambição é chegar a um clube maior. Cheguei aqui com a ambição de poder mostrar o que posso fazer. Tenho procurado fazer o meu melhor, sei que já fui observado, pode ser que surjam convites no final da época. Já houve alguns contactos, mas deixo isso com o meu empresário. Deixo tudo nas mãos dele e fico concentrado no meu trabalho. É um grande momento para o Atlético, um grande momento para mim. Se houver um convite, depois logo vemos o que acontece», referiu ainda.

O Atlético da Tapadinha não para de surpreender no topo da Liga de Honra. O treinador João de Deus é o grande arquitecto de uma equipa que, além de não poder jogar no seu estádio, foi construída com nove jogadores emprestados por cinco clubes diferentes. A verdade é que o jovem treinador conseguiu criar um grupo forte que continua a surpreender ronda após ronda. Os adeptos já começam a sonhar com o regresso ao primeiro escalão do futebol português, mas o treinador prefere manter as expectativas baixas. Um jovem treinador com uma curta carreira que chegou à Tapadinha com a bênção¿de Rui Costa e Jorge Jesus.

João de Deus, 35 anos, começou a carreira como preparador físico no V. Setúbal e só em 2008 começou a treinar. Depois de uma primeira experiência em Cabo Verde, passou pelo Ceuta e chegou ao Farense na II Divisão B. Este ano deu o salto para a Liga de Honra e, segundo conta o presidente do clube, José Almeida Antunes, com o beneplácito de Rui Costa. Toni Pereira tinha liderado a equipa na promoção, mas no final da época deixou um vazio na equipa técnica. Almeida Antunes, recorrendo à amizade com Luís Duque, virou-se primeiro para o Sporting e José Lima, um dos técnicos da formação dos leões, esteve muito perto de ser o treinador eleito. O acordo chegou a estar formalizado, mas as notícias nos jornais deitaram tudo a perder.

Foi então que apareceu o nome de João de Deus. A curta carreira do treinador deixava algumas dúvidas, mas uma conversa com Rui Costa, director desportivo do Benfica e um telefonema de Jorge Jesus deram corpo à nova aposta. «Não sabia muito dele e perguntei ao Rui Costa que conheço desde pequenino. O Rui ligou ao Jorge Jesus a perguntar por ele e pronto. O Jesus queria-o levar para o Fátima, para acompanhar os miúdos do Benfica, mas acabou por ir o Diamantino e ele veio para aqui», conta Almeida Antunes.

João de Deus demarca-se da ligação ao Benfica. «Há uma parceria entre a instituição Atlético e a instituição Benfica, mas eu estou fora disso. O presidente já me conhecia, o director desportivo também, estiveram atentos àquilo que foi o meu desempenho no meu anterior clube e com a saída do anterior treinador criou-se um vazio», conta.

A verdade é que a aposta está a dar frutos. Ao fim de quase um terço da competição, o Atlético, que tinha como ambição apenas a manutenção, está no topo da classificação com cinco pontos de vantagem. «Está a correr bem, muito bem, mas tenho sempre dito que esta liderança pode ser circunstancial. Temos agora dois jogos em casa, mas são dois jogos contra os mais fortes candidatos à subida [Moreirense e Penafiel]. Não vamos alterar as nossas expectativas em função destes dois jogos», destacou o treinador antes do início de mais um treino na Tapadinha.

Com vinte pontos em nove jornadas, João de Deus diz que faltam apenas mais treze para o objectivo. «Aquilo que queremos é alcançar a manutenção e faltam-nos treze pontos para isso. Vamos ver quando os conseguimos fazer. Não é fácil conquistar pontos nesta liga, há muita competitividade, muita observação e análise dos adversários, toda a gente tenta enganar toda a gente. Cada ponto é extremamente difícil de conseguir», destaca.

Mas o presidente sonha mais alto e abre as portas a novos objectivos. «Eu já começo a deixar para trás a manutenção. Vinte pontos numa altura destas dão-me algum sossego. Nos próximos quatro jogos, fazemos três em casa e, se as continuarem desta forma, com alguma margem, podemos pensar de outra forma à entrada da segunda volta. Se já tivermos perto de assegurar a manutenção, contem connosco, contem mesmo connosco. Uma subida à Liga seria a sorte grande para o Atlético. Seria tudo completamente diferente com as receitas da I Liga», referiu.

Quem passar junto à Tapada da Ajuda, em Alcântara, quase por baixo da Ponte 25 de Abril, dificilmente acreditará que é ali que mora o líder da Liga de Honra. O histórico Estádio da Tapadinha está a degradar-se a olhos vistos desde que, este ano, o Atlético regressou às ligas profissionais e ficou impedido de jogar ali. O recinto já há muitos anos que não reunia condições mínimas e, sem dinheiro para remodelações, acabou por chumbar nas vistorias da liga. Agora serve apenas para os treinos do clube, que vai jogar à Reboleira, e perdeu a vida que o ainda reanimava aos fins-de-semana.

A amargura de um histórico longe de casa

O bar da dona Odete do Carmo, uma figura marcante do clube, está fechado. A pequena loja do clube, com alguns adereços antigos na montra, também já não funciona. No acesso ao relvado, o panorama é desolador, com as bancadas em visível mau estado. Enquanto houve futebol, os pequenos defeitos iam sendo corrigidos, fim-de-semana após fim-de-semana, mas agora, sem a equipa a jogar ali, o histórico recinto, um dos primeiros a ter um relvado em Portugal, está moribundo.

Fernando Martins, 51 anos, é um dos poucos que continua a acompanhar diariamente os treinos da equipa. Neto de um dos fundadores do Carcavelinhos FC, que na fusão com o União Foot-Ball Lisboa deu origem ao Atlético, vive o clube com intensidade desde que nasceu. Na juventude começou por jogar andebol «porque antes do 25 de Abril, nas escolas, só se podia jogar com as mãos», mas depois da revolução dos cravos, optou pelo futebol e chegou a integrar o último plantel do Atlético que jogou na I Divisão, há 34 anos.

Deus na Tapadinha com a bênção de Jesus

Manteve sempre uma ligação ao clube e chegou a integrar a direcção de Almeida Antunes, mas agora diz que é apenas um «sócio activo». Viu o Atlético cair na III Divisão e é com grande satisfação que vê, agora, o clube de regresso à ribalta. «É um momento giro, sobretudo para os mais antigos, para os que nunca abandonaram o Atlético. Foi o meu pai que me passou o veneno do Atlético. Já passei por isto, tenho dito que temos de manter os pés bem assentes na terra porque estamos numa boa fase, mas a qualquer momento pode acabar. Se o Atlético ficar na Honra já será uma vitória», conta quando se prepara para assistir a mais um treino.

Fernando Martins, «nascido e criado em Alcântara», lembra-se dos tempos em que o Atlético tinha quase quinze mil sócios e acredita que ainda vai voltar a ver a Tapadinha encher. «Acho que pode recuperar porque o Atlético ainda é um clube mítico, ainda arrasta muita gente. Tenho ido a todos os jogos, só não posso ir aos sábados. No último jogo, jogámos de manhã e tivemos mais de mil adeptos na Reboleira, não é para qualquer um», destaca Fernando que agora se dedica ao talho que herdou do pai.

A equipa tem conseguido bons resultados no Estádio José Gomes, a casa emprestada, mas Fernando acredita que a equipa também podia ter sucesso a jogar na sua casa. «Tenho a certeza que os jogadores queriam jogar aqui, já sabem onde é o buraco da toupeira, sabem onde está o trevo onde a bola prende mais e é o cheiro da Tapadinha. Isso é que nos faz falta, o cheiro da Tapadinha», conta.

O presidente Almeida Antunes junta-se à conversa para dar conta da sua amargura pelo Atlético não poder jogar na Tapadinha. Uma dor só comparável à construção da Ponte 25 de Abril que, em 1966, quando era ainda Ponte Salazar, obrigou muitos sócios, a maioria operários, a deixar Alcântara.

«Sinto pelos sócios. Aquilo que se viveu a 29 de Maio com a subida, aquela emoção, tem de voltar. A verdade é que o Atlético tinha muitos sócios nessa altura e a ponte levou muita gente daqui, para os Olivais, Chelas e Montijo. Os sócios que sentem o clube, que criaram o clube, foram afastados daqui. O clube morreu um bocado aí», conta.

O Atlético Clube de Portugal, histórico clube de Alcântara, vive dias de terrível angústia, dividido entre a alegria dos resultados que lhe permitem comandar a Liga de Honra e a tristeza de não poder jogar no «mítico» Estádio da Tapadinha. A direcção comandada pelo histórico José Almeida Antunes desespera por conseguir pouco mais de duzentos mil euros que lhe permitam fazer as obras impostas pela Liga e, assim, trazer a magia de volta para casa. Enquanto isso não acontece, a equipa vai festejando na Reboleira, na Amadora, deixando um enorme vazio na nostálgica Tapadinha.

«Faz-nos falta o cheiro da Tapadinha»

Almeida Antunes, há mais de trinta anos na direcção do Atlético, é o rosto desta ambiguidade. «É um momento que vivemos com felicidade e preocupação. Com felicidade pelo que está a acontecer, pela subida, um dos mais belos momentos da nossa vida, pela forma como o campeonato está a decorrer e pela prestação que a equipa está a ter, mas com uma preocupação diária no que toca à parte financeira. O problema de termos subido é não termos um estádio em condições de poder jogar aqui, o que destabilizou completamente a nossa situação financeira», conta um presidente dividido.

A 29 de Maio, Alcântara saiu à rua para festejar a subida à Liga de Honra, o maior sucesso desde que o clube entrou em declínio no final dos anos setenta, depois de ter ombreado com os grandes no principal escalão. Mas depois da festa, foi preciso fazer contas. A Tapadinha não reunia as condições mínimas impostas pela Liga. «Além da receita que perdemos, porque a Tapadinha estaria sempre bem composta, temos de pagar o aluguer do campo e temos de nos responsabilizar pela manutenção do relvado, mantendo dois funcionários do Estrela», conta o presidente.

Deus na Tapadinha com a bênção de Jesus

No Estádio José Gomes, o Atlético tem tido uma média modesta de pouco mais de quinhentos adeptos por jogo, o que não chega para pagar as muitas despesas que a Reboleira implica. «Na Tapadinha os custos do policiamento e com os bombeiros estavam combinados há muito tempo. Os bombeiros podiam utilizar a nossa piscina e também tínhamos um acordo, com custos reduzidos, com a polícia, uma vez que eles estão mesmo aqui ao lado. Na Amadora, essas despesas triplicam. Em cinco jogos voaram 15 mil euros», acrescenta o amargurado dirigente.

As vistorias da liga resultaram num relatório que obriga o clube a um investimento de mais de 200 mil euros para colocar a Tapadinha em condições. É preciso criar uma zona mista para os agentes do futebol, construir casas-de-banho para senhoras e deficientes, remodelar os gabinetes de imprensa e dos delegados da Liga, improvisar uma entrada para ambulâncias e «dar um jeitinho» nas bancadas que estão completamente degradadas. As cadeiras podem ficar para mais tarde. «Falta tudo e não falta nada. A Câmara de Lisboa (CML) dá-nos 115 mil euros, segundo um protocolo que assinámos, mas falta muito dinheiro, com a agravante de que a primeira tranche da CML, de 60 por cento, só chegar no primeiro trimestre de 2012. Estamos a tentar conseguir o resto, através de uma parceria com a EDP ou com outros parceiros para obter os cem mil que faltam para começarmos as obras. Portanto, estamos com algum cuidado em começar, porque depois vamos ter os empreiteiros a baterem-nos à porta», conta Almeida Antunes.

O presidente queria ter as obras concluída em finais de Janeiro, de forma a receber o Belenenses, já na segunda volta, na Tapadinha. Uma meta difícil de alcançar, uma vez que as obras ainda nem começaram. «O objectivo está um pouco prejudicado porque, cautelosamente, não nos queremos atirar sem ter garantias, mas mais jogo, menos jogo, será por aí. Vamos voltar à Tapadinha ainda esta época, disso podem ter a certeza. Fui aconselhado a ter um bocadinho de calma, mas vamos lá», atirou o presidente, agora mais confiante.

Jogos treino

Amanhã serão realizados dois jogos treino, sendo que o primeiro será na Tapadinha, às 10h30, diante o Vitória de Setúbal e o segundo jogo às 17h00, no estádio municipal de Oeiras, diante a equipa local

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Luis Dias no Record

Foto: Mário Rui
"É uma sensação muito boa." É desta forma que Luís Dias, defesa-direito do Atlético, fala a liderança dos alcantarenses à nona jornada. Se os 20 pontos conquistados até agora merecem especial realce, será erróneo não destacar a solidez defensiva que a equipa de João de Deus tem evidenciado. É que os meros 3 golos sofridos estão na génese do surpreendente arranque de época.
"É um ótimo registo, mas a verdade é que temos trabalhado imenso para o conseguir. Ser a defesa menos batida do campeonato deixa-nos orgulhosos", afirma o lateral, de 30 anos, que considera a força do grupo decisiva. "Somos um plantel muito unido e onde não há confusões. Apesar de haver um misto de jogadores jovens e maduros, dentro do campo somos bastante solidários e amigos. É devido a isso que as coisas têm corrido bem", assegura.

Tapadinha, claro. A Câmara Municipal de Lisboa já deu luz verde para que as obras na Tapadinha comecem, mas, até que tal aconteça e sejam concluídas, o plantel vai continuar a jogar na Reboleira e... a treinar-se em Alcântara. Esta é a situação que não agrada à equipa, mas que Luís Dias rejeita ser um entrave. "É óbvio que gostaríamos de jogar na Tapadinha, que é a nossa casa e o local onde treinamos, mas a Reboleira não tem dado azar, bem pelo contrário."
Quanto aos objetivos da equipa, Luís Dias adota um discurso mais calculista e sem pensamentos megalómanos, apontando a permanência como primordial. "Todos sabem que o nosso intuito passa por cimentar uma posição na Liga Orangina, mas se pudermos ir mais além... vamos tentar vencer todos os jogos, mas o pensamento será esse", remata.
A.M.

sábado, 12 de novembro de 2011

João de Deus - Record

Record - Decorrido um terço do campeonato, o Atlético é líder da Liga Orangina. Como encara esse facto?
João de Deus - É uma boa realidade, mas não a mais importante. Como eu costumo dizer, este é o ano zero do Atlético nas ligas profissionais. Vimos de uma subida de divisão e é prematuro falar disso outra vez, por isso há que ter os pés bem assentes no chão e não nos desviarmos dos verdadeiros objectivos da equipa.

R - Objectivos esses que passam pela permanência na Liga Orangina?
JD - Sim, claro. Os 20 pontos já alcançados são uma almofada importante para o resto do campeonato, que não vai ser fácil, porque a Liga Orangina é uma prova muito competitiva e na qual as equipas se equivalem. Quanto mais cedo atingirmos a permanência, melhor, e é para isso que trabalhamos. Nada de pensamentos megalómanos. Nem o facto de estarmos afastados das taças (da Liga e de Portugal) nos vai fazer desviar o nosso foco de atenção.

R - Com uma defesa toda ea renovada, a equipa sofreu apenas 3golos na Liga. A que atribui esta eficácia do sector, apesar de tantas mudanças?
JD - Não devemos falar apenas de um sector para explicar tudo aquilo que tem acontecido de bom a esta equipa. Trabalhamos com o intuito de sofrermos poucos golos e felizmente isso tem acontecido até agora. São onze jogadores que se esforçam em prol desse objectivo, por isso é que devemos falar sempre do colectiv e não individualizar um sector. Creio que estamos cada vez melhores, mas ainda há muito para aprimorar ao longo da época.

R - O que é que podemos esperar desta equipa até ao final do campeonato?
JD - Aquilo que esta equipa do Atlético pode prometer é trabalho, determinação e muito empenho. Não nos vamos descaracterizar ou deslumbrar por aquilo que fizemos até agora, e isso será o mais importante.

R - O facto de a equipa jogar no Estádio José Gomes, na Amadora, e treinar-se na Tapadinha é mais um handicap...
JD - Sim, mas neste momento a realidade é essa e não há como fugir dela. Treinamo-nos num sítio e jogamos noutro, mas temos de encarar isso de forma natural. Todos gostaríamos de jogar na Tapadinha, mas neste momento o estádio não está preparado para nos receber. Já lá jogámos com o Macedo de Cavaleiros, num jogo em que acabámos por ser eliminados da Taça de Portugal. A Reboleira não tem dado azar, portanto...

Autor: Alexandre Moita

O bom velho Atlético - Record


Autor: Alexandre Moita
O Atlético está de volta à ribalta do futebol português. O brilhante pecúlio na Liga Orangina traz à memória os saudosos anos em que o emblema da Tapadinha digladiava pelos patamares cimeiros do campeonato nacional, e não é para menos, apesar dos objetivos da equipa não ambicionarem, para já, voos tão altos, como esses que a história não apaga.
A liderança à 9.ª jornada, com 20 pontos em 27 possíveis, pode ser encarada como uma mera casualidade, mas se a perspetiva se centrar nos factos que estão na sua génese, aí sim, muito meritória se torna.
A realidade dos factos
Com um orçamento inferior em comparação com alguns clubes do mesmo escalão, a indefinição do plantel perdurou até ao fecho do mercado de transferências e a tendência traduziu-se numa aposta em jogadores emprestados, cujo perfil assentava em valores jovens, irreverentes e ambiciosos. O exemplo mais flagrante é o sector defensivo – o menos batido do campeonato, com apenas 3 golos consentidos –, que tem no lateral-direito Luís Dias a única cara conhecida relativamente à época passada, isto porque Caleb, Vítor Bastos, Gonçalo e Stephane estão em temporada de estreia na Tapadinha. Daí para a frente a norma mantém-se, com enfoque para Silva, Leandro Pimenta e Tony Taylor, com o ónus de o último estar cedido pelo Estoril, um dos clubes com aspirações à subida de divisão. Curioso. Se na irreverência e jovialidade do plantel está um dos segredos do sucesso, não é menos verdade que Botelho e Rolão, jogadores experientes e há mais tempo no clube, também desempenham um papel importante: passar a mensagem aos que chegam. O próprio treinador João de Deus, de 35 anos, cumpre o seu primeiro ano nos campeonatos profissionais mas já é um nome que reúne consenso nas hostes alcantarenses.
Como se não bastasse, falta acrescentar um pequeno grande pormenor. O Atlético anda com a casa às costas, já que o Estádio da Tapadinha é o local de treinos do plantel, mas é na Reboleira que a equipa joga. Na Taça de Portugal, contudo, o desafio foi disputado em Alcântara, numa eliminatória amarga para o clube, que viria a ser eliminado pelo Macedo de Cavaleiros na lotaria das grandes penalidades.
É por isto tudo que na Tapadinha mora um líder improvável, mas que face à realidade dos factos é uma das sensações da época futebolística.

Esteio Caleb formula desejo
Olhando para o sucesso da defesa alcantarense, que apenas sofreu 3 golos em todo o campeonato, o nome Caleb, guarda-redes que nasceu nos Estados Unidos mas possui passaporte australiano, é incontornável. "Estou muito contente com o desempenho defensivo da equipa e sinto que a decisão de vir para o Atlético foi a mais acertada. Estou convicto que haverá poucas equipas como a nossa", refere o guardião. 
Sobre os objectivos da equipa alcantarense, o jogador, de 24 anos, embora não seja grande conhecedor  da realidade do clube, reconhece que o primeiro passo será a permanência, visto a equipa ter alcançado o regresso aos campeonatos profissionais no ano transato. "Temos trabalhado muito para estar nesta posição. A equipa é jovem e ambiciosa, mas estamos integrados numa liga competitiva." Agradado com os elogios recebidos, Caleb formula um desejo, no mínimo, complicado: "Gostaria de não sofrer mais golos."
Laurindo e o Trunfo
Para Laurindo, o jogador do Atlético mais bem pontuado (29) por Record, o caminho trilhado é fruto de muito empenho e dedicação. "As pessoas que estão identificadas com a filosofia deste clube sabem que só podemos prometer uma coisa, que é trabalho. Em todos os jogos vamos dar o nosso melhor para vencer, mas temos noção da realidade. O objectivo é a permanência, e penso que falo por todo o grupo. Se chegarmos mais rapidamente a ele, melhor", afirma o médio, de 29 anos, fazendo uma breve análise ao início de época do Atlético. "Temos muitos jogadores novos, é indesmentível, mas todos eles se integraram muito bem. Para a equipa corresponder dentro de campo é preciso ter um balneário forte e unido, e a nossa principal força é essa", refere.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Jogo treino

Foto: Mário Rui

Realizou-se hoje, no campo n.º 3 do Estádio Nacional, um jogo treino entre o nosso Atlético e a Selecção da Guiné-Bissau, sendo que o resultado final foi Guiné 0 - 1 Atlético, golo apontado por Hélio Vaz aos 75'.

Comparação da Classificação

Classificação

Informação relativa à jornada nº 9 da Liga Orangina nas últimas 5 épocas.
 2011-20122010-20112009-20102008-20092007-2008
PosClubePtsClubePtsClubePtsClubePtsClubePts
1Atlético20G.Vicente16Portimonense17Sta. Clara18Vizela18
2Penafiel15Arouca16Sta. Clara16Olhanense16Rio Ave18
3Sta. Clara15Trofense16Beira-Mar16Portimonense14Sta. Clara17
4Moreirense14Penafiel14Feirense15Varzim14Estoril16
5Aves13Covilhã13G.Vicente14Feirense14Trofense15
6Freamunde13Oliveirense13Oliveirense14Covilhã13Beira-Mar15
7Leixões13Leixões13Fátima12Beira-Mar13G.Vicente15
8Estoril13Estoril12Aves12Freamunde12Varzim14
9Oliveirense12Feirense12Trofense11G.Vicente12Olhanense13
10Naval12Moreirense11Estoril11Aves12Fátima11
11Covilhã11Varzim11Penafiel10Estoril11Freamunde11
12Belenenses10Sta. Clara11Covilhã10Boavista11Feirense9
13Arouca10Aves9Freamunde9Leiria10Aves8
14União8Freamunde8Varzim9Vizela8Portimonense5
15Trofense8Fátima8Carregado9Gondomar7Gondomar4
16Portimonense7Belenenses7Chaves7Oliveirense6Penafiel2
Analisando bem esta tabela podemos concluir que podemos sonhar com voos mais altos, visto que nas últimas 5 épocas à 9ª jornada somos a equipa que mais pontos somou, sendo que quem andava na frente da tabela por esta altura foi quem subiu de divisão.

2007/2008 - Trofense e Rio Ave

2008/2009 - Olhanense e União Leiria

2009/2010 - Beira-Mar e Portimonense

2010/2011 - Gil Vicente e Feirense

O objectivo principal é de facto a manutenção, até para estabilizar o clube, mas se somos um clube ambicioso porque não querer mais?!